sexta-feira, 21 de junho de 2013

Música popular do norte



Música popular do norte
(vários intérpretes - 1979)



Esqueça todo o estereótipo que você faz sobre a cultura musical dessa região do Brasil, uma vez que você provavelmente não sabe muito sobre a verve artística popular do norte.

Após uma introdução duríssima dessas, se você, nobre leitor, continua a ler essas más escritas linhas, mereces sorver pela orelha o suprassumo da BOA música produzida na região norte. Quero fazer dois breves adendos: esse LP é de 1979 e, por motivos claros, não tem incorporado o ritmo que no Pará se chama “guitarrada”, que eu, particularmente, acho muito bom. O outro adendo é sobre a qualidade sonora de algumas faixas: o negócio é, realmente, tosco. Foram gravações feitas in loco, com som direto, sem mixagens...o mais puro trabalho de registro etnográfico, à guisa de Mário de Andrade.

A abertura do disco é com a canção “Rolinha” e pode causar estranheza. Sem sotaque e com um acompanhamento sofisticado de um choro e um pequeno naipe de camerata, essa canção interpretada pela Jane Vaquer (aka Jane Duboc) introduz de forma musicalmente cosmopolita o resto do disco que tem dobrados com temas nortistas (Boi Bumbá), uma peça com piano e violinos bem ao estilo do maestro Waldemar Henrique (Morena), “pajelanças”, carimbós, batuques, “bois”, cirandas, ladainhas etc.

Uma curiosidade: prestem atenção na terceira música do lado B “O navio ‘Presidente’ está no fundo”. O intérprete canta “arquipélego” ao invés de “arquipélago”, denotando a verdadeira entoação da forma mais pura que uma canção deve ser registrada.

Esse LP é o disco síntese (compilação) da maravilhosa coleção com quatro volumes, Música popular do norte (todos editados pela Discos Marcus Pereira). Eu optei por gravar o LP em duas faixas (lados A e B) somente pelo fato de que o intervalo entre as músicas é muito exíguo. Contudo, irei detalhar a sequência e os nomes de todas as músicas abaixo:

Lado A

Lado B

1 – Rolinha
2’03
1 – Sonho de criança
4’14
2 – Uirapuru
1’43
2 – Moreninha
2’30
3 – Boi Bumbá
1’38
3 – O navio “Presidente” está no fundo
2’06
4 – Morena
2’21
4 – O pau rolou
2’02
5 – Cabocla bonita
1’07
5 - Marambiré
1’06
6 – Boi do Amazonas
1’54
6 – Desfeiteira
2’11
7 – Me dá, me dá, moreninha
2’04
7 – Dança dos imperiais
1’24
8 – Boi de orquestra
1’35
8 – Dança do cacetinho
1’35
9 – Boi de Madre Deus
1’52
9 – Dança da caninha verde
1’40
10 – Baralho
3’00




Sem mais delongas, eis o arquivo para download do Música popular do norte





sábado, 18 de maio de 2013

Sua Sanfona e Sua Simpatia




Sua Sanfona e Sua Simpatia
(Luiz Gonzaga - 1966)


                 Está aí um cara que tem uma das discografias mais complicadas de se destrinchar. A coisa parece um ninho de rato. Explico: a maioria das composições do Lua foi feita e gravada entre os anos 40 e 70 do século XX, em 78 rotações, LP´s, compactos etc. de modo esporádico. De tal forma que em um LP “novo” tinham músicas novas e antigas (regravações), o que torna quase impossível determinar uma cronologia e detectar os discos com inéditas (para se fazer uma discografia “oficial”). Uma tentativa foi realizada, mas não é 100% confiável, em: http://www.gonzagao.com/discografia_de_luiz_gonzaga.php.


                    Este LP que vos apresento, portanto, acho que não deve ter nenhuma música inédita (sendo considerado um LP “coletânea”). Mas eu o incluí aqui, porque mesmo sendo um grande enxerto de regravações, o disco apresenta uma unidade rítmica muito harmoniosa, como se as músicas não fossem um “ctrl c + ctrl v” das fitas másteres de estúdio.


                Meu exemplar (“roubado” da coleção do meu pai) está bem usado, porém sem estalos pronunciados ou trechos engasgados. Nas passagens baixas há um leve chiado característico dos LP´s que já tocaram muito em churrascos/festinhas nos anos 70 e parte dos 80 do século que passou. Dica: ouçam esse disco com fones potentes e aproveitem o chiar. Gravado pela RCA VICTOR/CANDEM esse LP tem seu auge do meio para o final do lado A, mas vale à pena a audição completa, afinal um Gonzagão é um Gonzagão.


        Sem mais delongas, eis o arquivo para download do Sua Sanfona e Sua Simpatia
no 4shared: http://www.4shared.com/dir/mxji8TIt/Sua_Sanfona_e_Sua_Simpatia.html




domingo, 5 de maio de 2013

Paranormal Songs




Paranormal Songs
(Malbec - 2012)


                Esse post, com essa data de lançamento do álbum (2012) parece estranho, mas não é. É isso mesmo. Lançado pela INVERN RECORDS, Paranormal Songs marca o debut fonográfico dessa banda de Manaus, capital do Amazonas. Qual razão de eu incluir um disco lançado em 2012, muito bem documentado na internet (formatos MP3, FLAC e WAV) e tendo canal próprio no YouTube®? Como já havia discutido aqui no blog sobre critérios de raridade, ter arquivos MP3 não desmerece o critério “baixa tiragem”. E Paranormal Songs já nasceu raro: foram lançadas 1.000 cópias em CD e 500 em LP. Daqui a 20 anos, ter uma cópia física do PS, que além de tudo é um disco muito bom, será uma raridade inigualável. Quero ver daqui a 20 anos, neguinho ousar falar: “tenho o primeiro álbum da Malbec em MP3”. Essa assertiva nunca soará como: “tenho o primeiro LP da Malbec”.


                O meu LP está zero km, apesar de uma falta muito grave ocorrer nessa mídia: não há encarte, nem informações na contracapa que indiquem o nome dos integrantes da banda e informações extra-adicionais como produção, nome dos técnicos envolvidos durante o processo de gravação etc. Isso é uma falha grave que não se justifica.


                Sobre a obra tecerei poucos comentários: o álbum é muito bom. Rotulando-o, a sonoridade lembra o pós-punk Inglês do começo dos anos 1980. O legal é a mistura meio a meio de canções em português e em inglês, o que faz do conjunto, uma obra não monótona. A primeira faixa começa meio embolada, sem dar o recado bem dado. Mas essa impressão se dissipa em “Relógio da Torre” e “Calo”, duas putas faixas. Daí chega a que, para mim, é a melhor música: “Fitas Livres”. O resto é história e vos lhes convido a ouvir Paranormal Songs por inteiro.


                Sem mais delongas, eis o arquivo para download do Paranormal Songs no próprio site da banda: http://www.malbec.mus.br/site/


       Para quem quiser um pouco mais, aqui vai o link do canal no YouTube® da banda: www.youtube.com/malbecmusic






domingo, 21 de abril de 2013

Alegria, Alegria !!!!




Wilson Simonal
(Alegria, Alegria!!! – 1967)

                Sempre é ótimo escrever sobre o Wilson Simonal, sem ter que dar um viés político ao papo. No máximo irei falar na “CarlosImperialização” da música nacional e suas implicações sobre a obra do Simonal e desse LP em especial. Para os FARISEUS musicais que entendem TUDO de Indie Rock e nunca ouviram falar em Carlos Imperial, ele foi um dos principais agitadores do movimento Jovem Guarda, produtor de quase todos os grandes nomes desse movimento e já no início do fim de sua “carreira”, o “Gordo” (apelido do Imperial, segundo Nelson Motta), ganhou uma sobrevida com a super promoção em torno do Wilson Simonal.

                Esse disco é uma mistura de show com auditório cantando junto com elementos vocais intervindo nas canções de uma forma que eu particularmente acho ... estranha (talvez o traço mais evidente da “CarlosImperialização” da obra do Simonal – para dar ares de produção popularoide). Com uma mistura de canções de domínio popular como “Os escravos de Jó” e “Para Pedro” e canções sem apelo POP como “Remelexo” (do Caetano Veloso). Aqui eu coloco entre aspas um trecho da Wikipédia que fala sobre o Alegria, Alegria!!! (1967): “O disco era pilantragem pura, com várias cantigas de roda, palmas, muita gente no estúdio durante a gravação...”. Com todas as músicas muito bem orquestradas pelo “Cezar Mariano”, que acredito ser o “César Camargo Mariano”, esse álbum tem uma estrutura clara e um começo, meio e fim. Minha faixa predileta é, obviamente, “Nem vem que não tem”.

                Sem mais delongas, eis o link do arquivo no 4shared. Fotos: internet.

http://www.4shared.com/dir/wK6bDvhm/Alegria_Alegria.html





domingo, 14 de abril de 2013

Krishnanda



Pedro Santos
(Krishnanda - 1968)
por Lys Araújo

PEDRO SANTOS ou PEDRO SORONGO (02/10/1919 - 23/02/1993), percussionista, inventor de instrumentos, compositor, poeta, filósofo, artista plástico, performer, visionário, foi o precursor de tudo que você vê hoje em dia com a percussão: a pesquisa, a experimentação, a liberdade.

Tocou e gravou com grandes artistas da música brasileira: de Jacob do Bandolim e Pixinguinha a Milton Nascimento, passando por Canhoto, Severino Araújo & Tabajara, Waldyr Azevedo, Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Candeia, Baden Powell, Sebastião Tapajós, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Paulinho da Viola ... até Paul Simon! Teve suas músicas gravadas por Altamiro Carrilho, Ângela Maria, Elza Soares, Canhoto, Baden Powell, Sebastião Tapajós, Os Baluartes, Época de Ouro e Raul de Barros.

Mais informações sobre vida e obra do Pedro Sorongo em: http://www.pedrosorongo.blogspot.com

O seu único LP solo, 'KRISHNANDA' (1968), com arranjos de Pachequinho e produção de Hélcio Milito, um disco totalmente experimental, de cunho 100% filosófico-espiritual, nem um pouco comercial, ficou esquecido por décadas ... Nele, meu pai, teve total liberdade de ação para criar, ousar, experimentar, usar seus instrumentos únicos, com variações timbrísticas e polifonia totalmente inéditas e inusitadas. Além de poder cantar suas próprias composições, né?!

Graças à internet e aos pesquisadores viciados por discos de vinil, esse LP foi 'redescoberto' pela nova geração ... (sempre me surpreendo com a idade dos fãs do meu pai!) ... acho que isso vai de frente ao vanguardismo dele. É uma consequência natural: ele adorava estar entre os jovens.

Meu pai não tinha bandeiras, era avesso aos 'ismos' ... E para ele, a boa música não tinha nacionalidade, nem idioma ... O que importava era a liberdade, criatividade, respeito. Meu pai seguiu criando até o fim da sua vida.

(Lys Araújo)

*

Curtam a FanPage do Pedro Sorongo no facebook: https://www.facebook.com/pages/Pedro-Sorongo/178211742217584

Para quem quiser ouvir o Krishnanda “full album” pelo YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=DRk-4WdsN9w

Sem mais delongas, eis o link do arquivo no 4shared. Fotos: internet.

http://www.4shared.com/dir/OPZeJ_GT/Krishnanda.html









sábado, 6 de abril de 2013

Espelho Cristalino




Alceu Valença
(Espelho Cristalino – 1977)

Lançado pela Som Livre, em 1977, sob a produção do Guto Graça Mello, esse é o quinto LP do Alceu, sendo o terceiro LP solo, depois do “Molhado de suor” (1974) e “Vivo” (1976). Informações pormenorizadas sobre cada disco de sua carreira e ficha técnica completa estão disponíveis no endereço: http://www.alceuvalenca.com.br/ na aba “obra”. Vale muito a pena conferir o site.

                Meu LP está muito bem conservado, tanto o disco em si quanto o encarte e a capa. Curiosas são duas anotações na contra capa: uma sobre a comemoração do centenário do som gravado (1877-1977) e uma pequena anotação assim “Censura: Protocolo Geral nº 4129”. Até onde eu pude me informar, esse disco do Alceu não sofreu nenhuma censura ou corte ou modificação artística. “Espelho Cristalino” tem como característica marcante o “experimentalismo psicodélico nordestino” mais exacerbado, pois Alceu Valença já era um nome grande na Som Livre e nesse disco teve a chance de colocar seus toques pessoais de forma mais “independente”. Meus destaques pessoais vão pra faixa “Dança das Borboletas”, a faixa título “Espelho Cristalino” e a faixa de abertura do LP “Agalopado”.

                Para quem é fã “Best of” do Alceu, este álbum é altamente não recomendado, pois não tem nenhum grande sucesso de trilha sonora de novela. Vindo da experiência pretérita de tocar com Lula Côrtes e Zé Ramalho no mitológico disco Paêbirú (1975) e mesclando ritmos nordestinos à psicodelia musical, A. Valença pari “Espelho Cristalino”, com oito faixas. Tecer comentários sobre as músicas, aqui, é tarefa inútil, pois Alceu não segue uma linha rítmica óbvia, passando desde o “frevo”, pelo “maracatu” até chegar a um cross country from USA – na faixa título deste álbum - com toques da musicalidade regional do Nordeste.

                Sem mais delongas, eis o link do arquivo no 4shared. Fotos: internet.

http://www.4shared.com/dir/GrEYCnem/Espelho_Cristalino.html





domingo, 31 de março de 2013

Violeta de Outono




Violeta de Outono
(Violeta de Outono – 1987)

                Lançado pela PLUG, uma extensão da RCA VICTOR, esse álbum marca o debut fonográfico dessa banda em formato long play (pois um ano antes pela selo Wop Bop, o Violeta de Outono lançou um EP com três músicas), que de forma muito esporádica e irregular lançou disco até 2012. Bem documentada na internet e no YouTube®, Violeta de Outono é uma grande banda que pouca gente conhece, especialmente esse primeiro álbum (homônimo). Na Wikipédia® tem a indicação de que Violeta de Outono é pós-punk/psicodélica. EU prefiro dizer que seu som se aproxima do progressive rock, embora nesse primeiro disco não tenham teclados. Mas esse negócio de classificar estilos é carregado de idiossincrasias e eu deixo cada pessoa livre para classificar do jeito que ela bem entender.

                O meu LP está em excelente estado e com o encarte muito bem conservado. Nesse encarte há as letras e a ficha técnica, incluindo os nomes de todos os técnicos envolvidos durante o processo de gravação. Uma informação importante é a autoria das músicas, sendo todas elas compostas pelo trio Angelo Pastorello, Cláudio Souza e Fábio Golfetti.

                Meus destaques vão pras músicas “Declínio de Maio” (Pastorello, Souza & Golfetti) e o cover muito bem executado de “Tomorrow Never Knows” (Lennon & McCartney), que está pegada com a faixa “Sombras flutuantes”. Leiam o trecho da Wiki onde se faz a crítica desse LP e entendam o que eu quero dizer sobre o cover dos Beatles: http://pt.wikipedia.org/wiki/Violeta_de_Outono.

                Aqui um breve release deste LP no site da própria banda: "Primeiro LP lançado pelo Violeta de Outono em 1987. A banda desenvolveu sua sonoridade característica com suas passagens climáticas, psicodélicas e orientais".

                Sem mais delongas, eis o link do arquivo no 4shared. Fotos: http://violetadeoutono.com

http://www.4shared.com/dir/ymEo9oPK/Violeta_de_Outono.html




sábado, 23 de março de 2013

Qual o critério de “raridade” afinal?


“Ah, mas tem em CD”, “Ah, mas tem pra baixar em MP3”, “Ah, mas tem no YouTube®”.

Essas são as três argumentações que mais ouço quando as pessoas questionam os critérios de raridade de um disco que posto neste blog. Realmente nos dias de “hoje” (desde 2003 de forma mais efetiva) quase tudo de ordem musical pode ser encontrado na internet. No YouTube® existem os “full album” aos montes, por exemplo. Mas não me venha com esse papo de que “tem em MP3” para desmerecer uma raridade que eu desfaço esse assunto em cinco minutos e ainda faço o interlocutor passar vergonha por vir com argumentação pífia.

Simples raciocínio lógico: se existem MP3 das obras e se existem vídeos “full album” no YouTube®, porque é que se cobram os olhos da cara pelos LP´s originais em sebos, lojas online etc.? Pelo fato de que eu já expliquei isso no primeiro texto desse blog e repetirei aqui: “os critérios – de raridade - são basicamente três: tiragem, distribuição e vendagem”. Ou seja: pouco importa de você tem os MP3 do Paêbirú (1975) até porque TODO mundo tem (inclusive eu vou postar esse LP (que baixei da internet, claro) do Lula Côrtes & Zé Ramalho aqui no blog), mas eu duvido que você tenha o LP original (avaliado entre R$3.000,00 a R$ 4.000,00).

Raridade é isso.

Um exemplo real: o disco Paranormal Songs (2012) da banda manauara Malbec. Tem lá no próprio site da banda os MP3 para baixar, tem no YouTube® o “full album” e o lançamento é MUITO recente. Não sei se foram prensados CD´s, mas LP´s foram prensadas 500 unidades. Ou seja: o negócio já nasceu raro, pela baixa quantidade de cópias feitas (tiragem), pela distribuição (que até onde eu saiba foi quase nula) e pela vendagem (quase nula também). Minha cópia em LP mesmo não foi comprada, ganhei de presente do meu amigo Jorge Bandeira. É um disco extremamente bem feito, produzido de forma bacana e com canções muito boas como a minha faixa predileta “Fitas Livres”. Vou disponibilizar o meu release deste disco, o link da banda com o download do álbum completo e o link do 4shared com minha digitalização do Paranormal Songs.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Viagem Cigana




Grupo Cata Luzes
(Viagem Cigana – 1983)

                Produzido e lançado de forma independente esse álbum, à época, quase nada representou frutos (bons ou ruins) para o Grupo de músicos Sergipanos. Por volta de 25 após seu lançamento, esse álbum é super-festejado e a musica “Cheiro da Terra” virou uma espécie de hino não oficial de Aracaju. Relançado em CD e bem documentada no YouTube®, alguém pode questionar a raridade dessa inclusão aqui neste blog e que eu a defendo de modo aguerrido: quem, fora os Sergipanos (não todos, obviamente), ouviu/viu falar no Grupo Cata Luzes?

                Esse disco (Viagem Cigana) é muito bem produzido. À época, os músicos se picaram de Aracaju para o Rio de Janeiro, posto que em Aracaju seria impossível se conseguir fazer um registro fonográfico decente (estamos falando de 1983). Com direção artística de Paulo Moura (que também tocou sax e clarineta em várias faixas), meu disco está como novo, a contra capa trás fotografias do grupo e ficha técnica completa; o encarte/envelope do LP trás mais fotografias e as letras das músicas. Apesar de produção independente o disco/álbum foi patrocinado pelo Banco do Estado de Sergipe (Banese). 

                O estilo do disco está bem próximo do que Sá, Rodrix & Guarabira fizeram durante seus estradares. Adicione um pouco (mas muito pouco mesmo) do Clube da Esquina (Milton Nascimento & Lô Borges) e teremos o Viagem Cigana. Mas onde está a novidade, então? A novidade reside justamente no fato de que as composições NÃO lembram nada do Nordeste seco, dos sertões, das caatingas... “Maracujaba” e “Ilhas-Olhos” remetem a um Nordeste que não povoava (povoa) o imaginário coletivo da maioria dos habitantes do resto da Brasil. A leveza poética das letras, acompanhada da beleza rítmica da música muito bem executada (e orquestrada pelo Paulo Moura) dão o tom certeiro de um LP que se não entrou na história do cancioneiro Brasileiro, entrou na história de muitos Sergipanos.

                        Sem mais delongas, eis o link do arquivo no 4shared. Fotos: internet.

http://www.4shared.com/dir/i0yviVuN/Viagem_Cigana.html







sábado, 16 de março de 2013

Meu nordeste em disparada




Meu nordeste em disparada
(canta Carmelita do Trio Caruaru – 1974)

                Lançado pelo selo PREMIER em 1974, meu exemplar desse disco vem sem nenhum encarte com maiores explicações sobre a banda em formato de releases. A contra capa vem somente com a lista das músicas e os seus respectivos autores. Na internet quase não há informações sobre a banda (Trio Caruaru) ou sobre a cantora (Carmelita).

                Resta-me fazer uma pequena preleção do LP e vocês, nobres leitores, façam o julgamento do disco, sua qualidade artística e de 0 a 10, digam o quanto esse disco é raro.

                Uma mistura muito doida de samba-rock, jovem guarda e diversos ritmos nordestinos. Tentar definir um estilo único para esse disco/banda é tarefa inglória. As letras são ora de duplo sentido, ora ufanistas, ora tolas (como tendência da jovem guarda). Entretanto duas coisas são muito boas no disco: a música e o sotaque “carregado”, porém delicioso da Carmelita.

                Sem mais delongas, eis o link do arquivo no 4shared. Fotos by André Teixeira.






sexta-feira, 15 de março de 2013

O que faz um disco ser raro?

Alguns critérios:


- ser antigo pouco tem a ver com raridade; Caribou (1974) do Elton John é mais antigo que Viagem Cigana (1983) do Cata Luzes, mas MUITO menos raro que o LP da banda sergipana - agora se o disco for MUITO antigo, com 78 rotações ou discos de cera de carnaúba (discos com mais de 60, 70 anos)... aí a coisa muda de figura (ver critérios abaixo);


- tiragem de cópias, distribuição e vendagens: discos que foram lançados aos milhões raramente tem valor comercial alto; um disco que foi lançado pouco exemplares e teve distribuição e vendagem pífias será considerado raro;


- os critérios são basicamente esses três: tiragem, distribuição e vendagem; pq Thriller (1983) do Michael Jackson, apesar de ser muito bom, não é raro? pq foi "despejado" 1 bilhão de cópias, no mundo todo e foi sucesso de vendagens; diferente do Paêbirú (1975) do Lula Cortês & Zé Ramalho que foram prensadas poucas cópias, a maioria dessas se perdeu numa enchente em Recife e praticamente nenhum disco foi vendido à época;


- é comum as pessoas leigas acharem q o primeiro LP da Xuxa é valioso, só pq é um LP e tem quase 30 anos: não é bem assim...


Amanhã começo os posts valendo.